domingo, 2 de maio de 2010

Um jardim Secreto.


Tira do teu coração este chumbo.
Tem mais leve o próprio passo
Vê como um inefável jardim, o mundo.
Percebe como levas o espírito lasso!
Deita, pois, sobre o húmus do tapete vegetal.
Alonga os olhos à hora do amanhecer
Vê ganhando matizes o céu matinal
Joga a cabeça para trás, deixa o ar te preencher.
E perceberás que tua carne não precisa de nada
Que o astro cálido restaurará às faces tuas cores
Como ao pálido céu, na sua quietude dourada,
Enrubescendo, na primavera, as várias flores
Guardando no cálice vegetal, o doce segredo
Da vida, que se estende em cada forma que respira.
Ouve do gentil pintarroxo o canto ledo
Sente que da natureza a energia do sopro ele tira
Contempla a vida como um secreto jardim, inefável
Que guarda nos ventos silenciosos, a paz.
Não uma paz terrena, mas uma inimaginável.
Ouve, pois, os uivos sapientes assaz.


Ouvindo:Secret Garden soundtrack” , Zbigniew Preisner, e
“Kindle of my heart” (‘a little princess’ soundtrack).

Mais um pouco de metalinguagem: E um pouco de saudosismo.

No post anterior falei sobre obras que me proporcionam a sensação de nostalgia, que a leitura traz com palpável ressonância, o rememorar momentos de ‘uma infância tão bem vivida’.  Disse também que continuaria buscando tais obras. Bom, a obra desta vez foi “O jardim Secreto” de Frances Hodgson Burnett.  Ah, e o ‘poema’(?) foi conseqüência de momentos agradabilíssimos que passei com personagens tão simples que transmitem uma singela – pura e desataviada - noção de vida em um cenário bucólico, onde as pessoas e a natureza estão intimamente ligadas.