segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Tempo e o Modo de Conjulgar a vida

Era tarde. Ia dormir. Já estava deitada quando parou pra pensar na vida e chorou. Felicidade devia ser viver irrefletidamente. Enquanto chorava, tentou registrar à margem da mente: Não viver nos provavelmentes. Basicamente, evitar os Subjuntivos todos. Os “talvez”, os “se” e os “quandos”. Por exemplo, “quando esta árvore dará frutos? Quando ela estiver na estação certa? E se eu me livrasse das folhas secas? Talvez ela morra antes que as flores surjam...” (e outras coisas do gênero). Era preciso evitar também as irremediáveis mazelas do Futuro do Indicativo e os pensamentos que ele lhe trazia: velhice e esquecimento, morte e perda.
A felicidade parecia repousar nas leves asas do Agora. Preocupar-se-ia, portanto, apenas com o Presente do Indicativo, que requer convicção.

(The view of the sea, Renoir).

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